quarta-feira, 20 de março de 2013

2. AUSTIN, TEXAS



No fundo da casa dos Hurts, em Austin, Texas, EUA.
 
Após uma noite de sono excelente, acordamos na casa de John e Narda prontos para enfrentar a loucura do festival.  Não tinha como ser melhor. Eles simplesmente deixaram a imensidão da mansão deles aos nossos cuidados e foram dormir na casa da irmã da Narda. Quando eu digo mansão, quero dizer mesmo. A casa tem tudo do bom e do melhor, é muito confortável e ainda contava com aparições deles pela manhã e à noite para trazer lanchinhos maravilhosos e curtirem um pouco com a gente. Só por rever esses grandes amigos, a viagem já tinha valido a pena. Que sorte que a gente tem no final das contas!

Como nem tudo é alegria, nossos planos estavam atrasados em um dia. Precisávamos adquirir alguns equipamentos necessários para nosso show de sexta no SXSW, encontrar pessoas, participar de eventos e divulgar nosso show.

Não preciso dizer que qualquer músico brasileiro entra em êxtase quando vai até uma loja como a Guitar Center ou similar. Com a gente não foi diferente. Mesmo sem comprar muita coisa, não tem como não perder a hora vendo e testando tantas opções, marcas e modelos de coisas que não temos acesso no Brasil. Foi bem divertido.

Resolvidas as necessidades de palco, fomos até o festival SXSW, que rola mais para o centro de Austin, entre a Av. Cezar Chavez e a 17th.  Esse ano tinha um público infinitamente maior do que em 2008, quando viemos pela primeira vez. Impressionante o número de pessoas, casas de show, festas, carros, bicicletas e, principalmente, bandas. Ao mesmo tempo caótico e fascinante, o festival se caracteriza por essa pluralidade de estilos, que encanta até mesmo os mais céticos. Por um lado é bom, por outro, frustrante: com tanta coisa acontecendo, a única coisa certa é que você vai deixar de ver muito mais do que vai conseguir assistir. O verdadeiro espírito é fazer contatos e ampliar a rede pessoal, negócios, fans e amigos. Acho que nos saímos bem.

Resumindo um pouco, podemos dizer que tem muita banda ruim, muitas coisas bem parecidas e previsíveis, mas existem as pérolas escondidas e alguns artistas já consagrados bem interessantes. Esse ano, teve show do Nick Cave, Iggy Pop & The Stoogies, Prince, Greenday, John Forghetty, Dave Grohl e Devendra B. , entre outros.

Fora os graúdos, ficamos bem impressionados com os artistas da América do Sul, que pareciam bem engajados e com uma busca estética e de mercado interessantes, muito superior à maioria que se podia observar. O Uruguai teve um grupo bem expressivo de artistas participando do festival. Se considerarmos o tamanho do país, deu um laço no Brasil. Além de muito bons, os uruguaios estavam unidos e isso fez toda diferença. Eles tiveram uma noite uruguaia num dos locais de shows, sob um mesmo material de divulgação, ou seja, vendendo sua música e cultura de forma organizada e coesa. Fizeram isso através de uma “cluster de cultura”, montada pela comunidade artística local,  com representatividade junto ao governo. Um exemplo a ser seguido por nós. Ficamos muito amigos da produtora da Malena Munaya, que é uma das organizadoras do movimento  e vai nos ajudar bastante nesse assunto. Bem legal!!
 Na Frente da casa dos Hurts, em Austin, Texas, EUA.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito legal o Relato. La uruguaia é Muyala (cantante). Vou ver se acerto na trampa abaixo, para velinhos de visão gasta...
beijos Cói