terça-feira, 16 de abril de 2013

18. Pianos NYC, último show na Big Apple


 Lower East Side, esquina da Ludlow com a Stanton St, em uma quarta-feira congelante. Tivemos que dar um jeito de levar todo equipamento – até mesmo a batera e amplificadores de guitarra –  do Brooklyn pro Pianos. Nada fácil, não fosse a carona de táxi que pegamos com Raul, um cara simpático do Equador que nos buscou em casa... mas tudo bem, vamos lá, é nosso último show da turnê em terras norte-americanas.  Esse é um dos lugares mais conhecidos e badalados da New York indie. Vai ser legal!
 Conseguimos largar os equipamentos lá bem mais cedo do que o pré-combinado, coisas rara entre os americanos. Isso foi muito importante. Do contrário, ficaríamos presos o dia inteiro esperando a hora de ir pra passagem de som. Largamos as coisas lá e tomamos rumo para algumas lojas de música, um lanche na pizzaria do seu Salvatore, uma visita na casa do Rodrigo Trombini pra buscar umas encomendas e se despedir e voilá: showtime! 
  O lugar é uma viagem... antigamente era uma loja de pianos usados. Parece que os donos, músicos, começaram a fazer umas festas e gradualmente virou um bar extremamente conceituado da cena nova-iorquina. Interessante que eles manteram a fachada e um certo despojamento na decoração interna.
 Uma coisa muito curiosa sobre os EUA é que, apesar de todo o material da banda ter sido enviado por email, links, doc de word, pdf e etc, quase todos os lugares cometeram algum erro ao escrever o nome da banda. Esse é só mais um exemplo....

Chegando no upstairs lounge do Pianos NYC, estava tocando a banda de uma cantora chamada Jodie Levinson. Hora um pop bem limpinho, as vezes com voz de “garotinha” meio Alanis, as vezes mais pegado e mais "black"... bem legal!
Entramos em campo às 21h. Começou a loucura. Primeiro o técnico de som ficou viajando nos cabos e quase enrolou todos da banda feito spaguetti.... e isso aconteceu umas três vezes seguidas. Foi bem difícil pra ele entender que estávamos dando os sinais de audio prontinhos pra ele mixar, sem stress. Enfim, passada a turbulência inicial, o tocamos ficha, ou melhor, música!
 O show foi bem diferente. Era um lugar aberto, com muita gente conversando e namorando, alguns prestando atenção. Até o momento, nenhum show tinha passado tão desapercebido no começo. Nós já estávamos cansados da tour e demoramos um pouco pra entrar no clima...
 Ok, então vamos. Mandamos brasa e finamente atraímos atenção! As pessoas começaram a curtir, uma a uma. Um dos músicos da banda de abertura pirou no som e comprou um CD no ato, enquanto estávamos no palco. Daqui a pouco até mesmo os bartenders estavam curtindo o som ao passo em que serviam drinques pro pessoal. Nos despedimos de Nova Iorque em grande estilo: desmontando o palco enquanto escutávamos um punk rock pegado em caixas de som que pareciam ter seus falantes furados. Ou vanguarda ou curto circuito mesmo...

Apesar do cansaço acumulado de um mês de tour: sucesso!

Hora de arrumar as malas e voltar pra casa. (Ufa!)

quinta-feira, 11 de abril de 2013

17. Ao Vivo para o Mundo, diretamente do Brooklyn, NY!


  A campanha para fazer um streaming do show ao vivo do The Way Station, Brooklyn, NYC, deu super certo. Saiu notícia em diversos blogs e até mesmo no jornal!

Jornal Zero Hora, Porto Alegre, Terça-feira, 02 de Abril de 2013 - foto Beta Pires

Contratamos uma companhia especializada, pra não ter erro na transmissão....mesmo assim, muita gente não conseguiu assistir ao show online. E o pior, deu uns problemas na gravação do vídeo: ficaram registradas apenas as duas últimas musicas e um tempão da banda desmontando o palco...um horror. Falamos com os técnicos e eles disseram que  o problema foi um número de acessos simultâneos muito grande  (o que é, de certa forma, bom!) somados com um problema na internet do bar (culparam o bar, claro...). Obviamente xingamos muito os caras da produtora Gander.TV responsável pela web, mas não houve jeito de recuperar o conteúdo perdido.  E ainda teve um amigo nosso que filmou tudo, porém a imagem ficou meio desfocada... estamos analisando o material... se  acharmos possível, postaremos um vídeo desse show como uma forma de compensação social par aos que não conseguiram assistir.

Independente disso, o show em si estava muito bom. O lugar, apesar de pequeno, era muito aconchegante, com um bom som e um público bem bacana. Fomos muito elogiados em palavras e gorjetas. Apareceram alguns amigos como o Eduardo Chachamovich, irmão do Lúcio, e o Roberto Baibich, colega de colégio do Fruet, que ficou horas nos contando suas aventuras na Big Apple e no Canadá.  Antes da gente ir embora, o bartender ficou batendo um papo com a gente, dizendo que deveríamos voltar, que ele escutava muitas bandas, devido àquela profissão e que a nossa estava muito a frente em termos de qualidade e originalidade. Foi o suficiente para ficarmos confortados!
Mais uma etapa cumprida, saudade aumentando e o fim da tour chegando. Nos despedimos do Brooklyn em grande estilo, numa noite de terça-feira muito fria, regada a cerveja boa!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

16. Otto’s Shrunken Head, East Village, NYC




Esse dia foi tão estranho que ficamos tocando meia hora de músicas instrumentais antes de começar o set pra valer... Um clima meio frio demais que, somado ao nosso cansaço acumulado, nos levou à votar como sendo o show menos emocionante de todos até agora. Lamentamos, pois o bar, chamado Otto's Shrunken Head, era bem legal, estilo havaiano e ficava localizado no East Village. Também pudera: segunda-feira pós feriado de páscoa....talvez no oriente seja um dia bom, mas não aqui, nem no Brasil né!!? Usamos o momento para tocar várias músicas novas e alguns temas de jazz divertidos, o que nos ajudou a gostar mais desse show! Confira um pouco abaixo....






segunda-feira, 8 de abril de 2013

15. Domingo de Páscoa: sessão dupla: Harlem + Mid East


 Pois é... NYC: mais um dia de sessão dupla em lugares completamente diferentes. O primeiro show foi no Somethin’Jazz  club, às 5 da tarde e o segundo no The Shrine às 8. O translado foi um pouco tenso, pois tivemos que ir até o Mid East fazer o primeiro show e depois até o Harlem fazer o segundo. Isso de metrô e a pé, levando todos os instrumentos. Digamos que não é muuito perto uma coisa da outra e menos ainda do loft onde dormíamos, que ficava em Clinton Hill, Brooklyn


   O primeiro show foi interessante por se tratar de uma casa de shows que tem também sede em Tóquio, onde recentemente havíamos tocado. O Somethin'Jazz é um lugar bem "clean", bem do jazz mesmo, com esse espaço world music ao domingos. Além de tudo, foi escolhida a melhor casa de jazz de 2012 pela revista Downbeat. Arigatou!


 Já o segundo, uma aventura surreal: Harlem! Sim, o clássico Harlem. Chegamos  na porta do famoso The Shrine World Music Venue e o clima multi-cultural já se mostrava presente. Diversas pessoas de diversas cores, etnias e formas na platéia. O gerente, François, já meio bêbado cumprimentando todos os membros da banda como se cada um fosse o Fruet... A banda da casa arrepiando um jazz com rhodes, sax, trumpete, bateria, baixo e cada vez um vocalista convidado. Entre eles, senhoras e senhores negros com vozes possantes e, por vezes, roucas (pelo tempo de vida) mas ainda assim estilosas. O som estava excelente e a a gente começou a ficar meio ressabiado de tocar após aquelas feras originais com anéis de jóias maiores que os próprios dedos, da época de quando a musica pegava fogo por aquelas bandas. Muito legal!

   
Acabou chegando a hora de pisar no palco e, para nossa surpresa, fomos muito bem recebidos pelo público. Quando nos viram, a impressão foi  tipo "o que esses baixinhos branquelos estão fazendo aqui?", mas acho que surpreendemos com a variação de estilos diferentes e uma performance inesperada. No final da história, muito aplausos, muitas gorjetas. Estava feito. Passamos no teste do Harlem! Agora o resto é fichinha. Obrigado mundo!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

13. Sexta-feira Santa: Staten Island, depois Brooklyn!


 

No ETG, com Steve Jones, Katie e Francisco Hakkert.

Sexta-feira. “Acorda que tem dois shows hoje...e um deles é em Staten Island, o outro no Brooklyn”. Nunca foi tão rápido ter que aprender como chegar num lugar longínquo da maneira mais rápida e econômica. Não fosse a ajuda de meu primo Francisco Hakkert, tudo seria mais difícil. O moleque fala inglês fluente, como um autêntico americano. Também, pudera, já morou anos em NY e agora estuda na Carolina do Norte. Ele ajudou a planejar e carregar as coisas (que eram muitas, pois nesses shows tínhamos que levar umas peças da bateria).
Saiu a barca!
Tivemos que pegar o metrô, fazer uma baldeação, ir até Whitehall e pegar o Ferry Boat gratuito que nos levou até Staten Island cruzando o Hudson River.  No caminho, cruzamos com nada mais nada menos que a famosa Estátua da Liberdade. Não sei se é o resto é que é  grande demais, mas ela parecia bem menor do que os filmes sugerem (a torre Eifell é muuuuito maior...). Para aqueles que não estão entendendo, fazer tudo isso atrasado, cheio de instrumentos e filmando não é tarefa das mais agradáveis.
ETG Book Café
Em Staten Island um motorista de ônibus simpático nos ajudou a encontrar o ETG Book Café (ETG = Every Thing Goes) rapidinho. Só pelo nome já dá pra sentir o grau de Hippongagem do local. Chegando lá, Steve Jones e sua companheira Katie já nos aguardavam.  Ele de boina e camisa psicodélica, com um estilo bem excêntrico. O lugar era muito legal. Muitos livros, long plays, um palco com cores vibrantes, desenhos astrológicos e uma tela com os símbolos do disco AIÓN. Sim, ele é um querido e preparou tudo, sempre com o bom humor de quem considera a vida uma ótima viagem.  
O show lá foi tão legal, que até conseguimos uma carona até o Brooklyn  com um dos espectadores, o Ray Pape (abaixo, com o Fruet). Se amarrou  no som e decidiu nos salvar, pois acabamos o show no ETG meio queimados no tempo. Já passava das 7 e precisávamos estar no Brooklyn às 8 para a passagem de som. Foi!

BAR 4 Brooklyn
O cara colocou os 5 malandros + uma pá de instrumentos dentro de um Jeep e foi tão eficiente que chegamos no Brooklyn antes do previsto, bem em tempo!
 
Quando adentramos no Bar 4, tava rolando um clima bem tranqüilo e intimista: banda de dois violões, uma guitarra e 3 vozes, a principal feminina num estilo meio country.  Depois que a banda The Hunts acabou o show (já com um certo atraso), ficamos bem preocupados, pois parecia que toda a platéia estava indo embora.
Resolvemos ser rápidos. Montamos tudo e começamos a tocar Chameleon, do Herbie Hancock pra manter o público ali com a descontração e despretensão. Aos poucos fomos ganhando eles. Resultado: todos ficaram e ainda chegaram mais. Fomos aos poucos liberando nossas próprias pérolas. “Samba da Conexão”, “Song For Tom”, “Ponto de Vista”, “Tempo”e por aí vai... Foi demais!

Os caras ficaram muito loucos com nosso som. Ao final do show, vendemos muitos discos e outros produtos, ganhamos muitas tips e além de tudo, muitos elogios de muita gente. Até o bartender começou a baixar cerveja a custo zero na emoção! Foi uma noite especial.
Algumas pessoas enxergaram coisas como Lynch e Elis Regina  em nossas músicas...surreal. Mostramos o clipe de Song For Tom, feito no Japão, e eles piraram..diziam coisas como “Dude, it’s like The Beatles arriving in America..you’re the new Beatles...” Não que a comparação funcione, mas nos deixou bem feliz!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

14. Day off


Sábado. Day off. Dia de dar uma volta pela cidade. 
Turismo no Central Park com o anfitrião Rodrigo Trombini. 
Almoço: co-mi-da italiana finalmente!

 



quarta-feira, 3 de abril de 2013

12. Arlenes’s Grocery e a pizza do seu Salvatore!


 
O primeiro dia em Nova Iorque não foi fácil.  Já estávamos muito quebrados de tanto viajar. O show começava às 7pm, o que queria dizer estar lá pelas 6pm.  Precisávamos ir até o Lower East Side, mas também tínhamos que devolver a van na locadora, que ficava diversas quadras dali. Tentamos argumentar para descarregar os equipamentos mais cedo no bar (e devolver a van depois), mas os gringos são tão corretos que não havia jeito formal de fazê-lo. Fizemos do jeito brazuca..fomos até lá, deixamos dois com as coisas na frente do Arlene’s Grocery e o restante de nós foi devolver a van...
Com fome, fomos comer alguma coisa antes do show. Entramos na primeira pizzaria que vimos e tivemos sorte. A pizza era muito boa! E foi lá que conhecemos o seu Salvatore. O italiano, dono da pizzaria era uma figura! Adorou a gente. Ficamos conversando um tempão sobre a vida, pizzas, massas e doces. Ele deu um doce especial “made with my heart”  pra cada um de nós. Prometemos voltar na quarta-feira e ele disse que fará uma massa fresca mais que especial pra gente! Que alegria!

De volta ao bar, tudo certo. Exceto o engenheiro de som, que estava atrasado, mas ok pra nós (no Brasil isso é bem normal). Depois que chegou, o cara nos tratou meio mal, mas logo que começamos a tocar decidiu falar com a gente e ficou bem fã, mais ainda quando descobriu que falávamos português e havíamos vindo do Brasil e não do México...enfim. 
 A casa de shows era muito boa. Bom equipamento, equipe profissional, sala interessante. Na hora do show, tudo correu bem. Apesar de eu ter achado o volume meio alto demais no palco, parece que o som do PA estava bem bom. O show tinha cobrança de ingresso e não misturava o público das bandas...tipo  entra banda X cobra ingresso, entra banda Y cobra outro ingresso...meio esquisito. Nós tocamos meio cedo demais pro horário que estamos acostumados em lugares desse tipo. Apesar de tudo, foi muito legal. Tivemos alguns espectadores que valiam por mil, como o Pardal (amigo musico de POA), a família Fruet representada por Elisa Helena, Ralph e Francisco Hakkert e o amigo fotógrafo Dulphe Pinheiro Machado, de quem obviamente emprestamos os serviços para fazer uns takes do show. Dalle!!
Ralph, Pardal, André, Brawl, Lúcio, Fruet, Elisa e Francisco no Arlene's NYC.

terça-feira, 2 de abril de 2013

11. New York City


Após  mais de 3.400 Km de estrada em terras norte-americanas, chegamos à Nova Iorque!
A viagem foi longa, cheia de engarrafamentos devido à acidentes, reformas e trafego urbano de Washington (DC), Baltimore (MD) e Philadelphia (PA), mas conseguimos chegar ao endereço do Brooklyn em tempo de pegar as chaves com a proprietária. Ela é figurinista de filmes e estava viajando para L.A. no dia seguinte...quase perdemos...ufa!
 Alugamos o apartamento da Taaffe Place, um loft amplo, com pé direito gigante, decorado com algumas coisas de cinema e teatro, mas principalmente com a Frida Kalo. Pois é, coincidência ou não (pois minha gata se chama Frida), devem ter umas quatro Fridas espalhadas pela casa.  Um no sofá gigante, dois em colchões de ar, um no quarto principal e um no sofá cama do escritório. Uma beleza. Brooklyn, we’ve got it! Agora é pensar no show do dia seguinte.