No ETG, com Steve Jones, Katie e Francisco Hakkert.
Sexta-feira. “Acorda que tem dois shows
hoje...e um deles é em Staten Island, o outro no Brooklyn”. Nunca foi tão
rápido ter que aprender como chegar num lugar longínquo da maneira mais rápida
e econômica. Não fosse a ajuda de meu primo Francisco Hakkert, tudo seria mais
difícil. O moleque fala inglês fluente, como um autêntico americano. Também,
pudera, já morou anos em NY e agora estuda na Carolina do Norte. Ele ajudou a
planejar e carregar as coisas (que eram muitas, pois nesses shows tínhamos que
levar umas peças da bateria).
Saiu a barca!
Tivemos que pegar o metrô, fazer uma
baldeação, ir até Whitehall e pegar o Ferry Boat gratuito que nos levou
até Staten Island cruzando o Hudson River.
No caminho, cruzamos com nada mais nada menos que a famosa Estátua da
Liberdade. Não sei se é o resto é que é
grande demais, mas ela parecia bem menor do que os filmes sugerem (a
torre Eifell é muuuuito maior...). Para aqueles que não estão entendendo, fazer
tudo isso atrasado, cheio de instrumentos e filmando não é tarefa das mais
agradáveis.
ETG Book
Café
Em Staten Island um motorista de ônibus
simpático nos ajudou a encontrar o ETG Book Café (ETG = Every Thing Goes) rapidinho.
Só pelo nome já dá pra sentir o grau de Hippongagem do local. Chegando lá, Steve Jones
e sua companheira Katie já nos aguardavam. Ele
de boina e camisa psicodélica, com um estilo bem excêntrico. O lugar era muito
legal. Muitos livros, long plays, um palco com cores vibrantes, desenhos
astrológicos e uma tela com os símbolos do disco AIÓN. Sim, ele é um querido e
preparou tudo, sempre com o bom humor de quem considera a vida uma ótima
viagem.
O show lá foi tão legal, que até
conseguimos uma carona até o Brooklyn
com um dos espectadores, o Ray Pape (abaixo, com o Fruet). Se amarrou no som e decidiu nos salvar, pois
acabamos o show no ETG meio queimados no tempo. Já passava das 7 e precisávamos
estar no Brooklyn às 8 para a passagem de som. Foi!
BAR 4 Brooklyn
O cara colocou os 5 malandros + uma pá de
instrumentos dentro de um Jeep e foi tão eficiente que chegamos no Brooklyn
antes do previsto, bem em tempo!
Quando adentramos no Bar 4, tava rolando um
clima bem tranqüilo e intimista: banda de dois violões, uma guitarra e 3 vozes,
a principal feminina num estilo meio country. Depois que a banda The Hunts acabou o show (já com um certo
atraso), ficamos bem preocupados, pois parecia que toda a platéia estava indo
embora.
Resolvemos ser rápidos. Montamos tudo e
começamos a tocar Chameleon, do Herbie Hancock pra manter o público ali com a
descontração e despretensão. Aos poucos fomos ganhando eles. Resultado: todos
ficaram e ainda chegaram mais. Fomos aos poucos liberando nossas próprias
pérolas. “Samba da Conexão”, “Song For Tom”, “Ponto de Vista”, “Tempo”e por aí
vai... Foi demais!
Os caras ficaram muito loucos com nosso
som. Ao final do show, vendemos muitos discos e outros produtos, ganhamos
muitas tips e além de tudo, muitos elogios de muita gente. Até o bartender
começou a baixar cerveja a custo zero na emoção! Foi uma noite especial.
Algumas pessoas enxergaram coisas como Lynch e
Elis Regina em nossas
músicas...surreal. Mostramos o clipe de Song For Tom, feito no Japão, e eles
piraram..diziam coisas como “Dude, it’s like The Beatles arriving in
America..you’re the new Beatles...” Não que a comparação funcione, mas nos
deixou bem feliz!